A vida é um plano-sequência, mas a percepção que temos do mundo é fragmentada! Este é um espaço para a reflexão sobre a influência mútua do cinema em nossas vidas e vice-versa.

terça-feira, 19 de julho de 2011

As maiores safadas do cinema cult


       Resolvi falar das mulheres mais ordinárias dos filmes cults porque se eu fosse falar de cinemão, principalmente de comédias românticas o post ficaria quilométrico. É incrível como as comédias românticas estão recheadas de mulheres sacanas. Faremos por ordem cornológica, ops, eu quis dizer ordem cronológica, portanto, do filme mais recente para o mais antigo.


O Poder da Sedução

          A primeira sacaninha é Bridget Gregory (Linda Fiorentino) do filme O poder da sedução (1994) do diretor John Dahl. Assisti este filme nos anos 90, quando eu era apenas um jovem e fiquei chocado. Bridget era casada com um figurão que era envolvido com o tráfico, desses que vivem metidos em falcatruas. Um belo dia, seu marido chega em casa com uma mala cheia de dinheiro. Para comemorar o sucesso do golpe partem pro rala-e-rola, mas antes, Bridget pede que ele tome um banho. Ele vai pro chuveiro e ela foge com a maleta milionária do marido. Menina esperta, não? Mas esse é só o começo.
            Nossa amiguinha maquiavélica foge para uma cidadezinha e conhece um caipirão inocente que logo se apaixona por ela. Não pretendo vos cansar discorrendo sobre os pormenores da trama, pelo contrário, prefiro apenas destacar algumas das intrigantes peripécias da nossa heroína.

             Em certa altura do filme, tem uma cena em que ela está sendo levada detida por um policial. Dentro da viatura, algemada, ela começa a provocar o pobre diabo pedindo para que este lhe mostre o tamanho do seu membro. Diz estar curiosa, pois nunca na vida tinha visto o pênis de um homem negro. Ela insiste tanto que ele acaba abrindo a calça. No que ele se distrai, ela puxa o freio de mão, provocando um acidente. No hospital ela diz que o policial perdeu o controle do carro porque estava forçando-a a fazer sexo oral nele. Quanta sagacidade hein!

            Depois de convencer o seu novo namorado caipira Mike Swale (Peter Berg) a matar o seu marido Clay (Bill Pullman), sob alegação de que ela era constantemente ameaçada por este sujeito (Mike não sabe que o sujeito é o marido), ela sistematiza todo esquema do assassinato. O plano não da muito certo porque Mike, no momento em que vai matar Clay, descobre que ele é marido de Bridget. Ela então, entra em cena e mata Clay. Só que aí acontece o mais intrigante.
            Investigando a vida de Mike, Bridget descobre um podre do cara: ela descobre que ele, no passado, havia se envolvido com um travesti (rs) Parece piada né? Falando assim parece até um filme pastelão, mas que nada, o filme é bom. O cara já estava transtornado com todas as mentiras e adrenalina do momento (afinal ele estava prestes a assassinar um desconhecido). Para completar, Bridget chama Mike de bicha caipira e conta tudo o que descobriu. Mike, descontrolado, parte para cima da garota, que pede para apanhar e para ser xingada. Enquanto ele atende o seu torpe pedido, ensandecido numa mistura de ódio, terror, medo e desejo, ela pega o telefone (disfarçadamente; escondididinha) e liga para a polícia.
            Agora vocês imaginem: o policial atendendo o telefone e ouvindo o fragmento do seguinte diálogo: Ele: - Você quer ser estuprada, é isso? Então toma. Ela: – Não, por favor, não faça isso! Foi assim que Mike foi para a cadeia, Clay acabou morto, o policial negro provavelmente preso (e isso é uma divagação minha rs) e Bridget virou uma milionária.

Melodia Infiel
          A próxima safada da lista é Romaine, ou Maniche (Sabine Azéma), apelido carinhoso dado por seu marido Pierre (Pierre Arditi). O filme é Melodia Infiél (1986) dirigido pelo consagrado intelectual Alain Resnais. A história é a seguinte: Marcel (André Dussollier) é amigo de longa data de Pierre. Ambos são músicos. A diferença é que Marcel prosperou como músico na mesma medida em que se frustrou com o amor. Pierre, pelo contrário, nunca chegou a ser um músico reconhecido, mas teve a sorte de encontrar a bela Maniche.
               
A cena inicial do filme é uma longa conversa entre os três. Pierre recebe o amigo Marcel num jantar em sua casa. Conversa vai, conversa vem, os dois amigos começam a desenterrar as histórias do passado, os episódios engraçados, embaraçosos, enfim, toda aquela coisa de velhos amigos que não se vêem há anos. Marcel começa a falar sobre sua fracassada vida amorosa e inicia um monólogo de efeito, que deixa o casal atônito ouvindo. Romaine, como num transe, não consegue tirar os olhos de Marcel.
            Ele conta a história de uma traição, que não é nem bem uma traição nos termos que estamos acostumados. Mas a forma como ele conta faz toda a diferença. O discurso é muito convincente. Até então parece tudo normal, mas é aí que a sacanagem começa.
            Maniche é a mais astuta das sacanas. É de uma destreza notável a forma como ela arma seu primeiro encontro a sós com Marcel. Pierre deixa a mesa de jantar para atender a porta e Maniche aproveita para dar inicio ao seu plano. Pede para que o violinista toque para ela antes que volte a viajar em turnê. Ele, meio sem jeito, diz que anda sem tempo, mas como ela insiste, acaba convidando-a para ir a sua casa no dia seguinte. Pierre ao voltar para a mesa recebe também o convite de Marcel. Ele aceita o convite meio surpreso, já que sabia da escassez de tempo do amigo. Mas aí, surpreendentemente, Romaine diz que não poderá ir porque tem cabeleireiro marcado ou algo do gênero. Marcel fica sem entender nada e desmarca o encontro. Só que na hora que está se despedindo é surpreendido por Romaine que, mais uma vez, longe de Pierre, confirma o encontro: “Combinado amanhã?”. Só aí Marcel entende que ela estava querendo encontrá-lo sem a presença de Pierre. Daí para frente só vai piorando, porque ela se apaixona por Marcel, mas não consegue deixar Pierre, que passa a ser cada vez mais dependente dela. 

Mulher de amigo é igual violino: Eu viro a cara e passo a vara
 Mulher de amigo meu, pra mim é homem. Só por trás.
          
          Pierre fica doente, e a esposa se torna uma enfermeira from hell que lhe dá remédios trocados para matá-lo e fugir da situação em que se meteu. Enfim, ela fica completamente louca, desequilibrada, dando cambalhotas para agradar Pierre (e isso das cambalhotas não é uma figura de linguagem, acreditem).  Esse filme passou duas vezes no Cine Conhecimento e eu assisti as duas.

Jules e Jim 
          Agora vamos para a terceira e última personagem. Catherine (Jeanne Moreau) é a personagem central do filme Jules e Jim (1962) do diretor François Truffaut. Como os outros dois filmes aqui mencionados, este também é uma obra que eu admiro bastante. Mas não cabe aqui discorrer sobre as qualidades da obra em sua totalidade, nem falar de sua importância para a Nouvelle Vague, nem tão pouco fazer profundas análises psicológicas e metafóricas dos personagens ou análises do contexto histórico-político da França naquele momento, mas apenas destacar, de forma até um pouco caricata, a malícia e falta de caráter das personagens femininas. 
          O filme conta a história de dois amigos que se apaixonam pela mesma mulher: o alemão Jules (Oskar Werner) e o francês Jim (Henri Serre). Catherine não é calculista como Bridget, nem tão maluca e perversa como Maniche. Ela é bipolar, chata, e egoísta. Faz os dois amigos de gato e sapato, e isso é o que dá mais raiva, porque eles são muito submissos. Os dois panacões ficam mimando aquela safada desequilibrada. O triângulo amoroso deles é uma verdadeira anarquia. Ela começa casada com Jules, depois começa a ter um caso com Jim. Jules descobre mas aceita quase que “numa boa” o que deixa o caso ainda mais bizarro. Ela acaba trocando Jules por Jim e começa a ter um caso com o ex-marido Jules, e por aí vai.
Podemos notar que a safadeza não é exclusividade das comédias românticas e no mundinho cult ela também está presente. Se for verdade que a vida imita a arte, então é possível que o mundo esteja cheio de Bridgets, Maniches e Catherines.

Por Harold

15 comentários:

  1. Jules & Jim é um dos meus filmes favoritos! Amo muito!

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  2. Gui é bicha! Assim como o autor do blog. Punheteiro e bicha! Assim como eu, punheteiro, mas não bicha, só deprimido! Talvez arrogante!

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  3. NOssa um dos melhores posts que li ultimamente. Parabens.

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  4. Muito boa postagem! Mulher sedutora é uma delícia!!!

    Vejam essa:

    Garota de programa foge ao descobrir que cliente era seu próprio marido

    Confiram:

    http://www.yesachei.com/2011/07/garota-de-programa-flagrada-marido.html

    Abraço e bom dia a todos!

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  5. Concordo com o Anônimo ali de cima, realmente um dos melhores posts que já li. Pena que não achei o poder da sedução :/ Fiquei com vontade de olhar =p

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  6. ótimo post cara, gostei mto!

    Tá de parabéns e continue assim, estou esperando o próximo post hein.

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  7. Ótimo post!! Faltou mais um filme clássico: coração selvagem,no qual a personagem Lula Fortune (Laura Dern)foge com o assasino Sailor (Nicolas Cage). Ótimo filme para quem é fã do Elvis (assim como eu), pois rola vários sons dele cantados pelo própio nicolas cage. Fica a dica!!

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  8. Ótimas dicas. Já tomei nota e vou ver aqueles que ainda não vi.

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  9. Linda Fiorentino é muito safada.. kkkk Qdo vi ela na lista eu ri.. rs

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  10. Agora parou a palhaçada!!
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  11. Esqueceu do filme "The Dreamers", a mulher é mto safada e o filme mto bom

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  12. Cara, eu juro que se tivesse lembrado dos sonhadores eu teria falado dele. Eu também gostei muito desse filme. Acho até que aquela cena deles correndo no museu do louvre é uma referência à cena da corrida na ponte de Jules e Jim. E concordo com você, ela é mesmo muito safada..hauha


    Agradeço a todos pelos comentários

    Quem gostou deste post talves goste de um outro artigo que fiz falando da traição feminina nas comédias românticas

    http://avidaemplanosequencia.blogspot.com/2011/07/traicao-feminina-na-comedia-romantica.html

    Abraços

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    http://wwwtudoproseucelular.blogspot.com/2011/07/blog-post.html

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