A vida é um plano-sequência, mas a percepção que temos do mundo é fragmentada! Este é um espaço para a reflexão sobre a influência mútua do cinema em nossas vidas e vice-versa.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

De que planeta você veio?


            Dos filmes mais surreais que eu já vi na vida, De que planeta você veio (2000), é sem dúvida o mais engraçado. Pô gente, esse filme é demais! Por alguma razão acordei com ele na cabeça hoje. Eu assisti este filme já faz alguns anos. Passou uma vez de madrugada na globo e  lembro que eu achei super engraçado. Lembrei dele e vim tentar achar o torrent para download. Infelizmente, até agora eu não achei, mas ainda estou na busca.
            Trata-se de uma comédia dirigida por Mike Nichols, que conta a estória de um alienígena doidão no planeta Terra a procura de uma companheira com a qual ele possa reproduzir. Isso porque, em sua terra natal não existem mulheres. Isso parece ruim, não é? Some a isso o fato de que os habitantes de seu planeta não possuem pênis. Se eu completasse esta explicação dizendo que as peripécias desenvolvidas ao longo de sua busca são de efeito cômico, vocês concluiriam que é mais uma daquelas comédias imbecis e batidas de Sessão da Tarde. Calma pessoal, a historinha não é tão imbecil quanto parece. É justamente a parte absurda do filme que o faz tão especial.
 
            Antes de ser enviado à Terra, o nosso intruso disfarçado de ser humano, Harold é presenteado com a instalação de um pênis artificial. Mas essa tecnologia apresenta um problema bastante singular: cada vez que Harold se aproxima de uma garota com o intuito de copular, seu membro faz um zunido. Mas esse é o menor dos problemas. Sua completa falta de conhecimento a respeito dos códigos de conduta sociais, culturais e morais da raça humana, dificultam bastante o êxito de sua missão. As mulheres sempre acham que ele é maluco.
            Quando o extraterrestre achava que sua missão jamais seria alcançada, ele conheceu Right, uma ex-alcoolatra em recuperação. Por alguma razão, seu comportamento anti-social não a assustava. Em suas outras tentativas, pesava negativamente o fato de suas investidas serem extremamente diretas e objetivas. As mulheres ficavam assustadas e fugiam. Outra coisa queimava o seu filme: Harold precisava garantir o êxito de sua missão. Sendo assim, era necessário que ele praticasse o ato sexual com a sua parceira o maior número de vezes possível.
            E tem mais uma: com o avançar do “namoro” Harold começa a pressionar a senhorita Right para que ela engravide. Afinal, o objetivo maior de sua missão era perpetuar a sua espécie. Ah, se não me falha a memória havia uma estória de que seus conterrâneos planejavam invadir a o planeta Terra para escravizar os humanos. Mas isso é secundário, e eu não lembro direito porque faz muito tempo que assisti.
       Mas então, voltando a nossa reflexão: Harold possuía um comportamento “estranho” (vulgo, personalidade idiossincrática; sujeito singular); era direto em suas abordagens (eu to delirando ou será que já ouvi, de fato, alguma mulher reclamando da falta de atitude dos homens?) gostava de fazer muito sexo (acredite ou não, muitas mulheres gostam disso) e queria ter um filho com a nova namorada (isso te parece um indício de afetuosidade e proposta de compromisso sério?) É meus amigos, a senhorita Susan Right não achou isso ruim. Ela acabou se apaixonando pelo extraterrestre do pênis zumbizante. 

          Tudo neste filme é cativante. E vejam que estou falando de um filme que pode ser classificado como uma comédia romântica. É a prova de que filmes deste gênero podem render estórias boas e originais. A relação do casal não é previsível e vulgar como na maioria das comédias românticas. Destaque para a cena em que ela faz uma apresentação teatral para o namorado, num estilo musical para anunciar sua gravidez. Não é a toa que ele também acaba se apaixonando por ela.
         Outra cena que eu achei bem interessante é quando ele volta para o seu planeta, após raptar a criança, e passa a dar palestras para os seus conterrâneos sobre comportamento humano. O cara ta todo cheio de marra, esbanjando conhecimento sobre relações afetivas e regras-de-etiqueta terráqueas. Nesta mesma sequência dois aprendizes simulam um diálogo terráqueo, como parte do treinamento para inserção no planeta desconhecido. Não me lembro exatamente como é o diálogo, mas lembro que é a simulação do que seria uma situação de briga conjugal.
        É quando ele começa a perceber o quanto está envolvido com assuntos da Terra, e passa, então, a se questionar sobre suas convicções. Nosso herói não consegue mais encontrar sentido na racionalidade, caracteristica mais cultuada pelo seu povo. Ele internaliza a cultura e identidade terráquea tal qual o antropólogo que passa tempo demais na comunidade que está pesquisando. A subjetividade que compõe as ações e motivações do ser humano passa a fazer parte de Harold.
 
            É hilário e de bom gosto. É o tipo de comédia que me convence. Indico para todo mundo. É uma pena que não seja um filme fácil de encontrar. Se alguém souber onde eu acho eu agradeço.
            Quando ele volta à Terra, ele precisa convencer de que é realmente um ser de outro planeta. Para provar que não é deste mundo ele ascende um holofote cuja luz sai diretamente do seu nariz. É mole?

Por Harold

2 comentários:

  1. Errata:

    Finalmente consegui baixar o filme e reassisti-lo depois de todos esses anos.
    Porque fazia muito tempo que eu tinha visto, eu confundi uma cena.

    Na verdade não são dois alienígenas aprendízes que estão simulando o diálogo. É apenas um. Ele conversa, durante o treinamento, com uma projeção holográfica de Suzan feita por Harold. Ele aprimorou o sistema de simulação depois de voltar para o seu planeta com os seus conhecimentos sobre a Terra.

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  2. Também gostei muito desse filme.
    No link abaixo tem um rmvb dublado:
    http://depositfiles.org/files/wv7vv0fbz/D3.Qu3.Pl4n3t4.V0c3.V310.RMVB.Dublado.rar

    Abraços,
    CCJr.

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