A vida é um plano-sequência, mas a percepção que temos do mundo é fragmentada! Este é um espaço para a reflexão sobre a influência mútua do cinema em nossas vidas e vice-versa.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

A mulher no cinema hollywoodiano


          Olá meus caros, tenho o prazer de finalmente postar neste blog, embora eu seja co-fundadora deste espaço, ainda não tinha deixado minha contribuição para ele. A razão para minha tão esperada aparição foi porque por estes dias assinei minha ‘carta de alforria’, mais conhecida como rescisão de contrato empregatício (rs), devido a este fato terei tempo de sobra para coisas realmente úteis como: falar de cinema, ler de cinema, escrever de cinema e claro não poderia faltar, assistir o máximo possível de filmes. Como estréia vou falar um pouco sobre a representação da mulher no cinema hollywoodiano, ou seja, vou incitá-los a pensar um pouco sobre as personagens femininas nas telas.   Buscarei levantar algumas das principais questões que envolvem o tema.
            No ano passado para começar a fazer minha monografia um dos primeiros livros que eu li norteou toda minha pesquisa e é leitura obrigatória para quem quer se aprofundar em cinema o nome dele é “Cinema como prática social” de Graeme Turner, ele apresenta o cinema, como o nome já diz, como uma prática social. O autor dá dicas de como compreender toda a lógica hollywoodiana e a razão de todo nosso fascínio pelas imagens, pelo próprio ato de ir ao cinema, o quanto gostaríamos de simplesmente trocar de lugar com o ator e viver o filme. O cinema tornou-se parte de nossa cultura, nossa identidade, os astros e as estrelas do cinema são partes de nossas vidas. Mas o que ele nos instiga a pensar é como um determinado público entenderá um filme e o papel apresentado por um determinado astro, pois entendimento dependerá dos significados sociais e ideológicos que este traz consigo, pois os astros são representantes de tipos sociais identificáveis na sociedade.
            Quando nos limitamos a pensar na representação da mulher dentro desta cultura cinematográfica, não tem como não lembrar do símbolo Marilyn Monroe e os significados específicos que ela traz consigo enquanto estrela de cinema. A representação de Monroe como símbolo sexual está atrelada a um discurso vigente na década de 50, onde a sexualidade ganhava uma nova proeminência cultural, pois com o declínio do cinema familiar perante a televisão e o surgimento do filme adulto, o cinema convencional tornou-se mais “ousado” e “explícito” , tornando a sexualidade algo natural e ligado ao bem-estar psicológico.
             A imagem de Monroe está vinculada a uma “sexualidade inocente”, uma vez que sua postura era dissociada das representações femininas anteriores do cinema hollywoodiano , como as atrizes do cinema noir, que estavam ligadas a uma imagem sedutora mas pecadora. A imagem de Monroe e sua aparente ingenuidade, sua aparência loira e toda a sua postura foi incorporada nas concepções populares de sexualidade, onde ela era “intocada pela racionalidade do mundo”, estes fatores explicam seu poder como imagem popular.
            Algumas teorias nos falam de uma adoção por parte do espectador de um olhar masculino sobre a figura feminina no cinema, a comercialização do corpo feminino, por conseqüência a exploração deste como espetáculo de cinema. Tais teorias, ainda que gerem certas controvérsias , são reforçadas por alguns filmes narrativos, onde a mulher é representada como o objeto de desejo por um lado, e como objeto passivo da ação do filme. Elas nunca são essenciais para a trama e responsáveis por realizar os desfechos e dilemas narrativos. Neste sentido não há espaço para a personagem feminina conduzir ativamente a narrativa do filme, o cinema de Hollywood é construído apenas para a contemplação masculina, ou seja, o que prevalece sempre é o ponto de vista masculino, onde os prazeres visuais, inclusive ao ligados a contemplação do corpo feminino são pensados para o público masculino.
            Um livro que trata bem o assunto é o de E. Ann Kaplan “A mulher e o Cinema- Os dois lado da câmera” , para esta autora os signos do cinema hollywoodiano estão carregados de uma ideologia patriarcal que sustenta nossas estruturas sociais e que constrói a mulher de maneira especifica, maneira que reflete as necessidades patriarcais e o inconsciente patriarcal. A autora também analisa as narrativas e mais especificamente os melodramas , onde, para ela, estaria situado o espaço destinado à mulher dentro do cinema. Os conhecidos “filmes de mulherzinha”.
           
um gênero destinado  especificamente para a mulher, funciona tanto para pôr à mostra as restrições e as limitações que a família nuclear capitalista impõe à mulher, quanto para “educar” as mulheres a aceitar essas restrições como “naturais”, inevitáveis. (KAPLAN, 1995,p.46)

            O melodrama é usado de exemplo para a autora pois é neles que se mostra o “universo feminino” : relações de amor ilícito, relações marido-esposa, relações entre mãe e filho etc. Estas são as matérias primas dos melodramas que é totalmente excluída dos gêneros dominantes de Hollywood.
            É claro que este tema traz inúmeras possibilidades em discutir o papel da mulher no cinema, mas aqui cabe apenas uma introdução ao tema.

Por Right

2 comentários:

  1. Quando terá novos post? =D

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  2. iaheuiahiuehoai jamaas tendran mas comentarios hohoohho (66' hehehehee fifiiiiiiiiiiiiiiii

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